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Restauro dos vitrais da Igreja do Rosário

Nossa equipe restaurou parte do conjunto de vitrais da Igreja do Rosário, um dos mais belos patrimônios em vitrais existente na cidade de Bragança Paulista (SP), em 2003 e 2011.

 

 

 

 

 

Os restauradores apresentaram a obra de restauro das pinturas murais aos alunos do curso de especialização de pintura de vitrais na Igreja do Rosário.

 

DIAGNÓSTICO

Fotografamos os vitrais da Igreja, e fizemos uma inspeção visual do estado de conservação.

Identificamos os problemas mais frequentes: desconsolidação estrutural do chumbo, trincas, furos e sujeiras nos vidros, partes faltantes, quebras e perdas de vidros.

Nos vitrais com peças faltantes, fizemos a reposição das peças através de pintura na técnica original, com grisalhas e cores de cementação importadas da França, sobre vidro importado com cor na massa, com estética similar e montagem na técnica secular do chumbo.

 

Exemplo de perfuração por projétil, vitral da escada sul.

 

 

Retirada inicial do primeiro conjunto de vitrais. O andaime pantográfico está sendo utilizado no interior da Igreja, para ajudar nesta tarefa.

 

ESTRATÉGIA DE RESTAURO

  1. Retirada progressiva de todos vitrais, com cuidados especiais devido à invasão da argamassa recente sobre a luz dos vitrais.
  2. Desmontagem do vitral para limpeza total.
  3. Retirada do chumbo das partes desconsolidadas.
  4. Pintura das partes faltantes.
  5. Queima dos vidros.
  6. Montagem e consolidação.
  7. Estanqueidade.
  8. Instalação dos vitrais.

 

Exemplo de vitral com peça quebrada: Brasão do vitral do transepto sul.

 

 

 

 

Obra não restaurada.

Restauramos os vitrais que apresentam visíveis problemas de estanqueidade, vidros quebrados e partes faltantes, para preservar o restauro das pinturas, em tempo hábil para a agenda de reabertura da Igreja.


 

Exemplo de tintas escorridas no rosto do vitral. São Bento, transepto sul.

 

Obra não restaurada.

Durante o restauro, contamos com a assessoria de Josette Trublard, prêmio de melhor pintora de vitrais da França em 1994, que esteve lecionando para vitralistas de diversos estados do Brasil, e também para a equipe de nosso atelier, transferindo técnicas e procedimentos atuais.

Aula de técnicas de corte de vidros para a equipe do atelier. Mabe, Francine, Tauana e Thaís observam atentamente como trabalha uma profissional experiente.

 

 


Acima: resultado de um falso restauro, anterior à nossa intervenção, onde foram empregadas tintas à frio, não resistentes à abrasão, que foram desgastadas pelos tempo, nos vitrais da escada que dá acesso ao côro. Estas peças foram repintadas empregando a técnica correta, em pintura de grisalha, e em seguida queimadas em forno, segundo a técnica do vitralismo secular.

Pintura de um vitral com grisalhas francesas.

Quando um vitral chega quebrado no atelier, cada peça é refeita com vidro importado com cor na massa, e com grisalhas francesas. Os vidros são queimados no forno, a mais de 600 graus, para a termofixação da grisalha, graças à presença de um fundente com fórmula medieval.

Cada vitral é inteiramente desmontado, cada peça é minuciosamente limpa, silicones e argamassas são removidas. As peças quebradas são restauradas, as peças faltantes são refeitas, e a montagem com chumbo é iniciada.

TÉCNICAS EMPREGADAS
Todas as técnicas empregadas na restauração destes vitrais, sendo eles a pintura com grisalha e cores de cementação, pintura com blaireaux e demais técnicas profissionais seculares do vitralismo empregadas são provenientes da escola francesa (École Nationale Superieure d´Arts et Métiers de Paris).

 

 

Exemplo de iconoclasmo. Perfuração por projétil na cabeça de Nossa Senhora no vitral da fachada, que não está visível para a parte interna da Igreja, devido à presença do órgão de tubos.

 

 

 

 

Coordenador das obras: Padre Marcelo Falsarela e Cúria Diocesana.

Etapas do restauro: pintura das grisalhas, montagem dos vitrais.

 

Alex Almanza (Escuela de Arte Guerrero, Bogotá, Colombia) e Sérgio Prata (Ensb-A de Paris) transmitem as técnicas de limpeza dos vidros e das grisalhas, para a equipe do atelier.

 

A fuligem, poluição e os vestígios do escorrimento da cimentação antiga dos vitrais são retiradas cuidadosamente, em um vitral montado, estratégia que pode ser aplicada nos vitrais que não devem ser removidos do local.

 

HERDANDO OS PROBLEMAS DE UM FALSO RESTAURO.


Exemplo de argamassas invadindo a luz do vitral e de restauro com vidros não originais, reinseridos sem a desmontagem do vitral, com chumbos demasiadamente grossos.

Estes vitrais estão sendo inteiramente desmontados, os vidros são refeitos em técnica tradicional, e são remontados com novos perfís de chumbo.

Os vidros quebrados dos filetes laterais são trocados, e as peças que não respeitam o estilo, instaladas em restauro anterior, pouco hábil, serão trocadas por peças pintadas na grisalha, segundo a técnica secular da escola francesa.

Muitos destes vitrais foram selados, blindados na parede, por um pedreiro que tomou a decisão errada, em uma intervenção anterior, que não contava com orientação de vitralista ou restaurador capacitado nesta área. O pedreiro empregou uma argamassa de concreto epoxi, utilizado em piscinas, para assegurar estanqueidade. Intervenção nefasta para os vitrais, pois inviabiliza a sua retirada, colocando-os em risco de quebras dos vidros invadidos e cobertos por esta argamassa extremamente dura. Nem com uma makita e com disco de corte de metais foi possível cortar a argamassa. Excelente exemplo de que o "barato sai caro".

Ao optarem por uma intervenção pouco hábil, de um "pseudo-profissional" à quem foi delegada a função de intervir em uma área que não era de sua competência, boa parte do patrimônio dos vitrais teve suas luzes (também conhecido por dia) invadidas por uma argamassa extremamente dura, colocando em risco a integridade e originalidade do vitral, em caso de necessidade de retirada dos painéis.

Quando somados à outras intervenções pouco hábeis, este problema gera um canteiro de restauro mais complexo, que requer maiores investimentos em troca de vidros importados, grande capacitação e dedicação em pintura de grisalhas nos temas de figura humana, e grande investimento em materiais e tempo de trabalho.

Conselho aos religiosos interessados em restaurar o patrimônio: exijam capacitação acadêmica, prática e teórica atualizada, de seus prestadores de serviços, para não colocar em risco o patrimônio artístico que herdam na Igreja.

 

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Em 2003: restauro anterior de alguns vitrais no Rosário.

O VITRAL DO CRISTO REI

O vitral sofreu graves danos ao sofrer uma queda de cerca de 10 metros, durante um vendaval em novembro de 2003. Os cacos do vitral chegaram no atelier, onde foram organizados, montando o que restou da imagem.

Os vitrais da lateral norte sofrem avarias mais frequentemente. O sol forte resulta em abaulamentos mais frequentes e as rajadas fortes de vento os projetam para o interior da Igreja. Dois vitrais já foram empurrados pelo vento, despedaçando-se no chão, devido às fortes intempéries. Para corrigir este risco de perda de vitrais, propomos a proteção com duplicação de caixilho e de vidros.

O vitral do rosto do Cristo Rei foi reconstituído, com o auxílio de uma fotografia obtida após uma campanha que contou com o apoio do bragança jornal diário. O fotógrafo Bonini nos encaminhou rapidamente uma foto que permitiu redefinir o aspecto do vitral original.

Outras peças decorativas totalmente quebradas foram refeitas em pintura sobre vidro, seguindo o padrão e cores do original.

Após a pintura e sua queima, o vitral é montado na técnica tradicional do chumbo, sobre uma mesa de madeira. As peças são mantidas no local com o auxílio de cravos especiais.

Durante a última década, atendemos reparos de vitrais da Igreja do Rosário, reparando as peças das portas de entrada, a confecção de vitrais quebrados e a restauração parcial e reconsolidação de outros painéis.

PRESTAÇÃO DE CONTAS - CONCLUSÃO DA PRIMEIRA ETAPA DO RESTAURO DOS VITRAIS

Retiramos todos os vitrais quebrados, os que apresentavam vidrarias faltantes, orifícios de projéteis e pedras, para um restauro total.

Estas peças passaram por um restauro total, com desmontagem e limpeza de todas as peças que constituem estes vitrais, com remontagem em chumbo novo, repintura-reconstituição das peças quebradas, na técnica tradicional, com grisalhas importadas.

 

 

Desaconselhamos a continuidade da retirada dos vitrais, para preservar a integridade dos vitrais que se apresentam estanques, consolidados e sem quebras.

Utilizamos os melhores materiais importados, e somente as técnicas seculares do vitralismo.

 

 

 

 

Aconselhamos que não se façam mais retiradas dos vitrais que se apresentam íntegros, ou seja, sem quebras, sem peças faltantes e sem abaulamento.

Aconselhamos que seja feita somente uma duplicação de caixilhos, com instalação de vidro de duplicação com possibilidade de respiro, para evitar a condensação - nefasta para os vidros - para proteger as vidrarias contra as fortes rajadas de vento que “cospem” vitrais pouco consolidados, para dentro da igreja, sobretudo na face norte da mesma.

 

 

Oferecemos formação para vitralistas no país, e conhecendo as melhores técnicas seculares do vitralismo europeu, partilhando os procedimentos mais nobres e tradicionais - ler duráveis - da arte do vitralismo.


Optamos pela intervenção somente onde existe necessidade real.

No caso dos vitrais, continuar sua retirada seria adicionar um segundo erro. Colocaria em risco boa parte do conjunto dos vidros originais, visto que foram blindados anteriormente.

Os que estão estanques e bem sólidos, sem peças faltantes, não necessitam de outra intervenção.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Para saber mais:

vitrais

Enciclopédia Atelier Prata - Cel 55 11 99597-0275 - artista@sergioprata.com.br