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Livro Anatomia Artística

anatomiaO livro "Anatomia Artística" foi lançado em 2000, com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Município de Curitiba (PR), declarado Capital Cultural das Américas em 2003.

Sérgio Prata foi aluno de anatomia (morphologie) na École Nationale Supérieure des Beaux Arts, onde o célebre Professor Monsieur Débord discorreu longamente sobre os ossos, músculos, movimentos, tendões, em suas aulas de anfiteatro. Quando associado ao trabalho de desenho no atelier de anatomia com modelos vivos, o estudo das peças anatômicas completa a formação dos artistas figurativos.

Durante a elaboração deste livro no Brasil, o artista trabalhou em parceria com os anatomistas Dr. Ercílio Benedito (orientação), Dra. Denise Yasbek (orientação e correção anatômica), entrevistou o Dr. Liberato Diddio, reconhecido como um dois mais consagrados anatomistas do Brasil.

Ao mesmo tempo, desenhou, no laboratório de anatomia da USF, as peças anatômicas que ilustraram o livro de sua autoria.


Introdução do livro Anatomia Artística:

anatomiaA anatomia humana apresenta variações entre indivíduos, segundo as idades, raças, sexo e biotipo. É um vasto universo a ser descoberto pelo artista. Podemos esquecer o nome de cada músculo ou região óssea, mas não devemos esquecer a realidade física do corpo inerte ou em movimento, para representá-lo artisticamente.
A anatomia artística é uma das bases do “tripé do conhecimento artístico figurativo” ou seja, é um dos conhecimentos básicos na formação de um artista figurativo, ao lado do estudo das técnicas e da composição. O pintor que não deseja realizar obras figurativas, pode escolher as texturas, a abstração, as cores, as paisagens, como tripé para manter sua obra em pé. Mas deverá, assim mesmo, estudar profundamente o tema que pretende representar, para alcançar a maestria.
Observando a evolução da história da arte, compreendemos que não existe uma linha progressiva e contínua, onde os artistas teriam evoluído na compreensão e representação da anatomia (e também em outras matérias, como perspectiva e técnica). Ocorreram oscilações em épocas diversas, quando os artistas tiveram maior ou menor interesse na representação anatômica e, suponho, conhecimento desta matéria. Para ilustrar este fato, vale lembrar que a estética Bizantina, onde a realidade anatômica é deixada em segundo plano, é posterior à  Arte Grega e Romana, que atingiu altos níveis de compreensão e representação do corpo humano, representados nos baixo-relevos e esculturas.

desenho anatomiaA anatomia acompanha o homem há milhares de anos; existem descrições anatômicas em textos antigos, como no evangelho de São Lucas da Bíblia, e na Ilíada de Homero. Dante Alighieri descreve a “anatomia do diabo” na Divina Comédia, e Cervantes utiliza termos anatômicos em Dom Quixote. A anatomia acompanha a civilização, desenvolvendo-se ao lado do conhecimento do corpo humano. A Medicina surge no Egito, no período 2700 - 2200 a.C. através dos antigos médicos e cirurgiões dos Faraós, mesclada com a magia, ocultismo e crenças em divindades. Os corpos dos faraós eram embalsamados e suas vísceras guardadas ao lado de seu sarcófago, para a vida futura.
Herófilo, 335 a.c -280 a.C., médico e anatomista grego da região onde se situa atualmente a Turquia, é considerado por muitos, como sendo o “Pai” da Anatomia. Seus escritos foram traduzidos por Galeno, porém, boa parte deles se perdeu na destruição da biblioteca de Alexandria.
Galeno, por cerca de 201-131 a.C., realizou estudos a partir de dissecações de animais e deixou uma das primeiras obras de estudo de Anatomia e Fisiologia, utilizada durante centenas de anos. Foi considerado como o “Príncipe” da Anatomia, e deixou muitos seguidores.
A dissecação humana era um tabu nas sociedades antigas e medievais até que, no início do século XV, algumas universidades Italianas permitiram que seus médicos de maior credibilidade e pessoas imunes ao comentários gerais, promovessem dissecações públicas de criminosos executados, atraindo grande público.
Durante o Renascimento, “Artista” era uma designação atribuída somente aos seres dotados não somente de grande adestramento da mão e conhecimentos dos materiais artísticos mas, também, de conhecimentos em matérias diversas. Para se transformar uma criança talentosa em um grande artista, era necessário muito estudo, adestramento da mão, do olhar e do intelecto, trabalho e sensibilidade.

mãosLeonardo da Vinci, nascido em 15 de abril de 1452, em Vinci, Itália, é quem melhor se enquadra na definição renascentista de “Artista”, por ter sido mestre em matérias tão diversas quanto matemática, botânica, arquitetura, física, geometria, aerodinâmica, música, pintura, desenho, anatomia e outras. Realizou estudos anatômicos, unificando o conhecimento anatômico obtido através da dissecação ao conhecimento da representação artística, focalizando os detalhes da forma externa do corpo humano. Em 1495, abandonou seus estudos anatômicos, para retomá-los em 1508-10, iniciando uma nova metodologia de investigação, registrando o que via, e depois, a função da estrutura, observada através da dissecação. Foi o primeiro a perceber que os órgãos internos deveriam ter uma função. Da Vinci tinha a intenção de publicar um tratado científico de anatomia e, para isso, executou 600 folhas contendo milhares de desenhos. Durante sua empreitada, foi acusado de sacrilégio, seqüestro e dissecação ilegal de cadáveres, por um alemão, provavelmente enciumado. Foi impedido de praticar atividades anatômicas pelo Papa Leo X.
Impossibilitado de continuar a trabalhar na Itália, mudou-se para a sua última residência, o Clos-Luce, em Blois (região do Rio Loire), vivendo sob os auspícios de François I, na França. Morreu quatro anos mais tarde e, somente muitos anos após, seus desenhos anatômicos tornaram-se conhecidos, colaborando com o avanço da Medicina e a Arte.

crâniosPor essa razão, até o início do século XVI, ainda não existia uma ciência anatômica claramente definida. Vesalius (nome latino de Andreas van Wesel), nascido em 1514-15 em Bruxelas, Bélgica, estudava Medicina na capital francesa, e, ainda estudante, praticava dissecações públicas para um grande número de espectadores. Fez diversas apresentações de dissecação em Pádua, onde tornou-se chefe da cadeira de Anatomia, atraindo público de toda a Itália. Foi nomeado médico da corte de Filipe II, na Espanha. Apesar de suas crenças religiosas, foi acusado de heresia por teólogos e colegas enciumados, pois atacava os erros do anatomista Galeno, que possuía muitos discípulos e seguidores apaixonados.
A terra cedeu lugar ao sol como centro de nosso sistema, e os conhecimentos de anatomia evoluíram, juntamente com a Medicina. No mundo moderno, novas tecnologias colaboram para que o corpo humano seja desvendado pela pesquisa anatômica, através de scanners e métodos de cortes em baixa temperatura, que permitem aos estudiosos conhecer o corpo humano de maneiras, antes, impossíveis.
O ser humano foi, pouco a pouco, se especializando e perdendo o conhecimento universal. Passou a entender muito sobre um assunto e menos sobre todos os outros. A inteligência se compartimentou e o sentido da palavra “artista” se modificou.
A palavra “artista”, perde definitivamente seu status renascentista graças à afirmação de Joseph Beuys, de que, para a arte contemporânea, todos, sem exceção, são artistas. Cabe lembrar que este mesmo artista passa dias enjaulado, coberto de graxa, uivando como um lobo.
Não é mais necessário conhecer diversas matérias, adquirir conhecimentos essenciais do ofício, ou adestrar o olhar e a mão. A arte contemporânea convive com as lacunas na representação da figura humana e com aberrações anatômicas diversas, como corpos tubulistas e espaguetomórficos, provenientes do desconhecimento anatômico, ou, em raras vezes, de exercício estético.


lateral - Para realizar obras contemporâneas, devemos aniquilar a herança cultural dos antepassados, como desejavam críticos e formadores de opinião do final do primeiro milênio?
Em outros setores do saber, como na Anatomia, Medicina, Matemática, Física, Química, Engenharia e tantas outras ciências, a experiência dos antepassados contribui para a evolução do conhecimento, trazendo a herança de parâmetros definidos e conhecimentos claros e comprovados, obtidos através de árduas pesquisas, e através de erros e acertos. Estes conhecimentos são completados pela pesquisa contemporânea, que não cessa de acrescentar novas descobertas aos conhecimentos adquiridos pela herança histórica. O que seria desses setores do conhecimento se, à cada geração, fosse necessário redescobrir a partir do nada, de um ponto inicial que se iniciaria a partir da negação do já adquirido? Seguramente voltaríamos à Idade da Pedra.  

Extraído da introdução do livro Anatomia Artística, de Sérgio Prata

 

 

 


Entrevista: Desenho da figura humana, no Solar de Rosário, Curitiba.

 

 

Trecho da introdução do livro Anatomia Artística:

A anatomia humana apresenta variações entre indivíduos, segundo as idades, raças, sexo e biótipo. É um vasto universo a ser descoberto pelo artista. Podemos esquecer o nome de cada músculo ou região óssea, mas não devemos esquecer a realidade física do corpo inerte ou em movimento, para representá-lo artisticamente.
A anatomia artística é uma das bases do “tripé do conhecimento artístico figurativo” ou seja, é um dos conhecimentos básicos na formação de um artista figurativo, ao lado do estudo das técnicas e da composição. O pintor que não deseja realizar obras figurativas, pode escolher as texturas, a abstração, as cores, as paisagens, como tripé para manter sua obra em pé.

Mas deverá, assim mesmo, estudar profundamente o tema que pretende representar, para alcançar a maestria. Observando a evolução da história da arte, compreendemos que não existe uma linha progressiva e contínua, onde os artistas teriam evoluído na compreensão e representação da anatomia (e também em outras matérias, como perspectiva e técnica).


Ocorreram oscilações em épocas diversas, quando os artistas tiveram maior ou menor interesse na representação anatômica e, suponho, conhecimento desta matéria.
Para ilustrar este fato, vale lembrar que a estética Bizantina, onde a realidade anatômica é deixada em segundo plano, é posterior à Arte Grega e Romana, que atingiu altos níveis de compreensão e representação do corpo humano, representados nos baixo-relevos e esculturas.

A anatomia acompanha o homem há milhares de anos; existem descrições anatômicas em textos antigos, como no evangelho de São Lucas da Bíblia, e na Ilíada de Homero. Dante Alighieri descreve a “anatomia do diabo” na Divina Comédia, e Cervantes utiliza termos anatômicos em Dom Quixote. A anatomia acompanha a civilização, desenvolvendo-se ao lado do conhecimento do corpo humano. A Medicina surge no Egito, no período 2700 - 2200 a.C. através dos antigos médicos e cirurgiões dos Faraós, mesclada com a magia, ocultismo e crenças em divindades.

Os corpos dos faraós eram embalsamados e suas vísceras guardadas ao lado de seu sarcófago, para a vida futura.
Herófilo, 335 a.c -280 a.C., médico e anatomista grego da região onde se situa atualmente a Turquia, é considerado por muitos, como sendo o “Pai” da Anatomia. Seus escritos foram traduzidos por Galeno, porém, boa parte deles se perdeu na destruição da biblioteca de Alexandria.
Galeno, por cerca de 201-131 a.C., realizou estudos a partir de dissecações de animais e deixou uma das primeiras obras de estudo de Anatomia e Fisiologia, utilizada durante centenas de anos. Foi considerado como o “Príncipe” da Anatomia, e deixou muitos seguidores.

A dissecação humana era um tabu nas sociedades antigas e medievais até que, no início do século XV, algumas universidades Italianas permitiram que seus médicos de maior credibilidade e pessoas imunes ao comentários gerais, promovessem dissecações públicas de criminosos executados, atraindo grande público.

Durante o Renascimento, “Artista” era uma designação atribuída somente aos seres dotados não somente de grande adestramento da mão e conhecimentos dos materiais artísticos mas, também, de conhecimentos em matérias diversas. Para se transformar uma criança talentosa em um grande artista, era necessário muito estudo, adestramento da mão, do olhar e do intelecto, trabalho e sensibilidade.

Leonardo da Vinci, nascido em 15 de abril de 1452, em Vinci, Itália, é quem melhor se enquadra na definição renascentista de “Artista”, por ter sido mestre em matérias tão diversas quanto matemática, botânica, arquitetura, física, geometria, aerodinâmica, música, pintura, desenho, anatomia e outras. Realizou estudos anatômicos, unificando o conhecimento anatômico obtido através da dissecação ao conhecimento da representação artística, focalizando os detalhes da forma externa do corpo humano.

Em 1495, abandonou seus estudos anatômicos, para retomá-los em 1508-10, iniciando uma nova metodologia de investigação, registrando o que via, e depois, a função da estrutura, observada através da dissecação.
Foi o primeiro a perceber que os órgãos internos deveriam ter uma função. Da Vinci tinha a intenção de publicar um tratado científico de anatomia e, para isso, executou 600 folhas contendo milhares de desenhos.

Durante sua empreitada, foi acusado de sacrilégio, seqüestro e dissecação ilegal de cadáveres, por um alemão, provavelmente enciumado. Foi impedido de praticar atividades anatômicas pelo Papa Leo X.
Impossibilitado de continuar a trabalhar na Itália, mudou-se para a sua última residência, o Clos-Luce, em Blois (região do Rio Loire), vivendo sob os auspícios de François I, na França.

Morreu quatro anos mais tarde e, somente muitos anos após, seus desenhos anatômicos tornaram-se conhecidos, colaborando com o avanço da Medicina e a Arte.
Por essa razão, até o início do século XVI, ainda não existia uma ciência anatômica claramente definida.

 

VÍDEOS: PRATA DESENHA UMA MODELO
Desenho de modelo vivo, com explicação de construção da anatomia artística.

 

Entrevista com Claudete Troiano, desenho da figura humana. 
Parte 1. 

 

Entrevista com Claudete Troiano.
Parte 2.

 

 

O atelier Prata recebeu a equipe de produção de fotos e videos para o lançamento da nova linha de moda íntima da grife Toque de Magia. Nesta oportunidade, o artista aproveitou para desenhar a modelo e assistentes. 

 


PROCEDIMENTO DE COMPRA

Veja repercussão na mídia

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